Pegue zambê, bambelô, coco de roda e misture com funk, soul, rock, xote e baião. Agora acrescente um trabalho de pesquisa dos ritmos potiguares “feito na marra” e o talento de um dos melhores compositores e cantores do Rio Grande do Norte. Bote mais: uma trupe de músicos de primeira. Pronto! Aí está a fórmula de Cleudo & Bambelôcos, que produziu um dos melhores CDs da música potiguar - Zambê Crossover - e que merece ganhar mundo com a certeza de fazer bonito por onde quer que passe. Lá se vão “17 anos de luta” de Cleudo. Praticamente todos os cantores do Rio Grande do Norte, seja em suas apresentações na noite ou em seus CDs, já cantaram e gravaram alguma música de Cleudo. Ele já trilhou os caminhos da MPB mas acertou em cheio quando olhou ao seu redor e apostou no som de sua própria tribo. Virou símbolo. Música com cara de Rio Grande do Norte, hoje, invariavelmente tem a cara de Cleudo. Mas não se trata de documentação folclórica dessas que só agrada aos intelectuais. Sua música tem influências de “coisas dos anos 70, como Pink Floyd e rock progressivo em geral”. E que fique bem claro que “influência” não é copiar ou “fazer algo similar, são alguns timbres de guitarra e teclado usados nas músicas que soam como nos anos 70”. Em resumo: o som de Cleudo agrada a qualquer ouvido.E que termo esquisito é esse que dá nome ao CD: Zambê Crossover? Zambê é um tambor utilzado na dança do coco de roda nas comunidades das praias do Litoral Sul, algo realmente típico da cultura negra potiguar. É também o nome do ritmo local feito nestes tambores. Uma curiosidade : no Zambê só dançam homens. No CD, Cleudo dedicou uma faixa instrumental às mulheres que costumam ficar de fora: Tem mulher no Zambê. “Crossover” são as influências globais da banda. Portanto, “Zambê Crossover é a ligação entre o regional e o universal”. Tudo na medida certa.
(fonte: http://www.sandrofortunato.com.br)
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