Era apenas um ponto comercial localizado na Jaguarari, uma mercearia, que vendia produtos de grande consumo como alimentos, objetos de uso doméstico, produtos de higiene e bebidas. Não tardou muito para que o Bar do Mário, de quitanda se transformasse em boteco. E o grande impulso dessa mudança se deve ao fato de quer seu proprietário, Mário Barbosa, ter sido um assíduo frequentador da noite natalense.
A vida de boemia teve início juntamente com o ambiente estudantil. Mário estudou no colégio Marista, e em seguida, se formou em Técnico de Contabilidade no Sete de Setembro. Foi na época do Sete que Mário passou a aproveitar, e muito, a vida noturna. Frequentava principalmente os bares e boates da Tavares de Lira na Ribeira. Na verdade, ele ia a todo e qualquer lugar onde pudesse se esbaldar e dançar a noite inteira. As opções de diversão eram o Las Vegas, Paris, Plaza, Peixada Potengi, Paquera, Piripiri, e algumas outra dezenas de cantos. Em abril de 1983, com apenas 24 anos, Mário e sua esposa Célia Maria abriram uma pequena "venda" com a ajuda do senhor Pedro Moreira, pai de Célia. Antes disso, Mário havia trabalhado como comerciante e atacadista no bairro da Ribeira. Foi sócio do seu tio, Mário Lima, em duas empresas: a Comercial José Lima e a Comercial Correa Lima, ambas na Frei Miguelinho, Ribeira.
Os amigos de infância, de colégio, os comerciantes da Ribeira, colegas de trabalho e os companheiros de boemia, foram os fregueses que fizeram o ponto comercial do Mário se consolidar e o bar virar referência. Até hoje eles habitam o local, de quinta a sábado a partir das 10h da manhã o bar começa a encher. Apesar do espaço pequeno, os clientes se amontoam na calçada e nas poucas mesas existentes dentro do bar. Somente em janeiro o bar fecha, Mário sai de férias e libera a funcionária que o auxilia. Lá só trabalham o próprio Mário e uma ajudante. Ele serve as mesas, controla o caixa e por vezes ainda bebe escondido. Mário gosta de uma cervejinha, e durante um pedido e outro ele degusta por trás do balcão alguns copos ou até garrafas de cerveja.
Apesar de às vezes bebericar trabalhando, Mário assegura que nunca perdeu a linha, ou melhor, a conta. Na administração do bar, ele nunca se esqueceu de anotar os valores e cobrar os clientes. E também sempre impôs respeito. No seu bar a lei é do silêncio, nada de som, Mário só admite o barulho das conversas nas mesas ou no balcão. Os que se alteram e arrumam confusão não são bem vindos no bar e recebem um cartão vermelho. Mas os que gostam da falácia, do ambiente tranquilo e principalmente de uma cerveja gelada com uma Casquinha de Caranguejo, são bem quistos e bem servidos.
Com 27 anos vivendo somente na renda do bar, Mário deseja apenas envelhecer atrás do balcão. Não pensa em vender o ponto ou se aposentar, gosta mesmo de ver os amigos e fregueses lotarem as mesas todos os finais de semana. Depois de anos à frente do boteco, Mário coleciona muitas histórias e lembranças, algumas experiências próprias, do tempo de solteiro, e outras histórias que aconteceram em seu bar.
fonte: www.obotequeiro.com.br
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